Segunda-feira, 15 de Junho, 2009

Texto retirado do DN online do dia 14-06-2009

 

 

O mais radical e revolucionário dos programas mobiliza as iranianas: soltar os cabelos

Nos anos 90, a Argélia agonizava de medo dos fanáticos. Em Blida, vi pais a reconhecer os corpos das filhas que haviam sido raptadas e decapitadas por jovens barbudos piedosos. Estes, antes de as violarem, casavam-se com elas para, eles, não cometerem pecado. Dessa década e desse país - estive lá por três vezes - assisti também a gestos de coragem. Falo da mais difícil, da quotidiana. Daquela que, por exemplo, alia o rasar as paredes ao regressar a casa e, todos os dias, assinar uma crónica de liberdade num jornal. Esse "bilhetista" que conheci em Argel, viria a ser morto e dele aprendi que nenhum repórter enviado às guerras longínquas pode pretender ser corajoso comparado com os locais que vivem, cada dia, a opressão.

Mas foi um gesto gracioso o que mais esperança me deu pela Argélia. Num restaurante de Argel que eu frequentava, reparei que a empregada, ao passar pelo grande espelho da sala, olhava os seus cabelos soltos, abanava a crina e gostava decididamente do que via. Desde esse dia, desde essa minha visão, eu soube que a Argélia, mesmo que um dia caísse sob o jugo dos barbudos, haveria de se libertar. Graças à rapariga dos cabelos longos.

Voltei a vê-la, ontem. Por um qualquer milagre - dos únicos em que acredito, porque têm os frágeis homens e mulheres por protagonistas -, a rapariga do restaurante de Argel estava no Irão. Ontem, foi capa do DN e do Público, e também de vários jornais europeus. Os óculos escuros, de marca, cortavam-lhe infelizmente o grande e belo nariz, mas lá estava a cara divina (desse único divino, tenho de o dizer?, de que sou devoto), sobrancelhas graciosas, boca polposa e carmesim, queixo firme. E, sobretudo, madeixas rebeldes de cabelos castanhos aos quais um lenço roxo e floreado não recatava mas expunha todo o esplendor feminino.

A rapariga de Argel agora iraniana mostrava as suas mãos como testemunho. A esquerda abria a cédula de identidade, onde se via a foto de um pequeno corvo submetido - ela própria, com o hidjab escondendo o que não devia. Mas a sua mão direita erguia o indicador, como o gesto de Adão, no fresco da Capela Sistina, à procura do sopro da vida. Ela acabara de votar e o dedo estava marcado do roxo que tão bem ia com a cor do lenço - a graciosidade, como vos tenho dito nesta crónica, é libertadora. Aquela foto - de facto, aquelas fotos, os benditos enviados das agências Reuters e AFP esmeraram-se com a rapariga, ter-lhes-á acontecido a mesma epifania que a mim no restaurante de Argel - aquelas fotos anunciaram os resultados definitivos, irrevogáveis e inevitáveis das eleições do Irão.

O pobre diabo, feio e baço do Mahmoud Ahmadinejad ousou dizer que foi ele que ganhou. Mas pelas últimas notícias oiço que faz sol nas ruas de Teerão, iluminando a verdade. A rapariga ganhou.

 

Texto de Ferreira Fernandes, Diario de Noticias 14-o6-2009

sinto-me: Pensativo
publicado por Passinhas às 10:16

Terça-feira, 09 de Setembro, 2008

Desisto de ti.

Desisto de lutar por uma reconciliação, desisto de  lutar pelo nosso amor,  não , não deixei de gostar de ti , não deixei de te amar, pois isso não se faz com um click, é preciso tempo muito tempo... mesmo assim não sei se o conseguirei. Mas tomei a decisão depois da nossa conversa de ontem.   DESISTO !!!

Desistir não quer dizer que perdi, desisto porque quero ganhar.

Ganhar a tua amizade, para o nosso bem, para o bem dos nossos filhos.

Pois estaremos toda a vida ligados, por recordações boas e más e principalmente pelo nosso filho . E a melhor maneira de gerir isto tudo é com amizade e confiança  sei que vamos ter fases más, que iremos discutir, mas no fundo penso que com amizade poderemos superar todos os problemas.

Estarei sempre a tua disposição como amigo, como pai, como confidente, estarei sempre presente, desde que queiras, para te acompanhar, nos momentos  bons e maus que a vida nos reserva.

Este é o ultimo post que escrevo sobre nós, sobre os meus sentimentos, não desisto do blog, ficarei muito contente com as tuas visitas regulares aqui no blog e também com os teus comentários.

Estarei sempre de braços abertos para ti, para te receber com amor, para desabafares, ou simplesmente para chorares no meu ombro.

Adeus minha Esposa ...

sinto-me: Cansado, triste, muito triste
publicado por Passinhas às 11:23

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